Obs inicial: como já disse em um post mais antigo, quem não acompanhou Lost desde o início até seu fim não vai achar esse post relevante ou interessante, e quem acompanha a série mas ainda não chegou nos finalmentes, aconcelho a não ler, pois será recheado de spoilers. E principalmente pra quem odeia a série (meu namorado em especial) não será um post nada agradável.
E então acabou.... Para alguns "finalmente", para outro "cedo de mais", para mim, bom, foi "na hora certa". Depois de seis anos de trajetória, Lost encerra o que foi um dos maiores fenômenos na TV mundial, mudou, literalmente, a maneira como vemos séries. Os diretores brincaram com nossa curiosidade e paixão por mistérios, conseguiram magistralmente desviar nossa atenção com cada pequeno detalhe, detalhes os quais nos agarravamos com todas as forças, tentando usá-los para desvendar mais algum segredo, obcecados com cada pontinho no i mal explicado. Com isso, deixamos de perceber que, na verdade, a história foi sempre sobre os problemáticos passageiros do malfadado Oceanic 815, mais precisamente sobre sua estadia na "Ilha da Fantasia".
A ilha, viemos a descobrir, não é nada mais que uma ilha, como disse um companheiro de série bem humorado, citando wikipedia: "prolongamento do relevo, estando em uma depressão absoluta, preenchida por água a toda sua volta". O importante era o que estava guardado, por assim dizer, no coração da ilha: a luz. Que diabo de luz?! Bom, cada um pode interpretar da forma que bem intender. Jacobina falou que a luz é aquilo que cada um de nós possui em seu íntimo, pode ser a alma ou até mesmo o que chamam de deus, eu vejo como a bondade e o amor que carregamos conosco. E Jacob estava lá para protegê-la, para mantê-la acesa, dessa forma mantendo também acesa a luz de cada ser vivo. Mas Jocob se sentiu ameaçado por seu gêmeo mal e decidiu recrutar pessoas para tomarem seu lugar quando ele deixasse de existir. Foi então que entendemos porque tantos naufragaram ou cairam na ilha e não podiam mais sair: Jacob não permitia, ele precisava fazer um "treinamento", para escolher quem o substituiria da melhor forma, quem cuidaria da ilha com maior zelo, e Jack se propôs a fazer seu trabalho. O que durou apenas algumas horas, o suficiente para que ele conseguisse matar Fake Locke (apelidado por alguns fãs de Esaú), estabelecer a paz na ilha e passar o cargo para ninguém mais ninguém menos que Hugo, nosso querido Hurley.
Simultâneamente aos acontecimentos da ilha, vemos, desde o início da 6º e última temporada, uma "realidade paralela", onde todos os personagens vivem uma vida plena, diferente da vida triste e solitária que conhecemos, e são felizes. Mas, por intermédio de um sereno Desmond, cada um deles toma consciencia da vida que levou "do outro lado", e o gatilho para isso foi uma lembrança ímpar para cada um deles, um acontecimento dessa outra vida que os marcou de tal forma que nunca poderiam esquecer. E então eles lembram de tudo, de cada detalhe, eles percebem que aquilo foi real, que eles viveram juntos e morreram juntos, porque, como disse Christian (agora mais do que nunca) Shepard ao seu filho "todo mundo tem que morrer um dia".
Retomando aquele first season feeling, assistimos os últimos minutos do ponto de vista de um dos personagens, no caso Jack, e entendemos tudo ao mesmo tempo que o doutor compreende, vendo todos reunidos na cúpula na igreja: estão todos mortos! O que pensavamos ser uma realidade paralale era na verdade seu pós-morte, era onde eles podiam consertar todos os erros cometidos, e é por isso que vemos, no primeiro episódio da 6º temporada, a ilha no fundo do oceano, porque para eles essa seria uma realidade mais feliz, onde ninguém sofreu. O reencontro de nossos queridos foi um reencontro atemporal, sabe-la lá quantos anos Jake, Sawyer, Lapidus, Richard e Miles viveram depois de conseguirem escapar da ilha, também não sabemos por quanto tempo Hurley protegeu a ilha com Ben ao seu lado. Só temos a certeza de que todos um dia morreram e depois desse reencontro puderam, hum, transcender (?) para outro lugar.
O que mais me emocionou e drenou todo o líquido do meu corpo pra eu poder chorar (euahueha), além das lembraças de cada um sobre suas vidas, foi quando Jack, a beira da morte, vai até o bambuzal (que sabemos ser o centro na ilha, visivel apenas para o guardião) onde tudo começou, se deita na terra, vislumbrando o Ajira sobrevoar o céu azul da ilha, tendo Vincent ao seu lado e, contrastando maravilhosamente com o primeiro segundo do primeiro episódio da primeira temporada, fecha os olhos e encerra a melhor série de todos os tempos. *olhinhos marejados* ^^ Beijo, gente.
Sempre tive raiva do Jack, mas no fim foi quem mais me emocionou e, de qualquer forma, a série não podia ter sido encerrada de forma melhor do que com ele (e o fofinho Vincent).
