terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Monstro das Águas e o Dom da Regeneração

Um estranho anfíbio, batizado pelos astecas de Axolotle, ou "monstro aquático", é um intrigante e promissor enigma científico. A Ambystoma mexicanum é uma espécie de salamandra que se tornou uma esperança para pessoas que sofreram amputações.

A criaturinha é endêmica de lagos nos arredores da Cidade do México, mas em função da alta concentração de poluentes está correndo grave risco de extinção. Muitas vêm sendo criadas em cativeiro por pesquisadores para o desenvolvimento de testes e análises, e parecem ter se adaptado bem ao novo habitat.

Axolotle em aquário. Lindinho, né?
Como dá pra ver aí em cima, os Axolotles são parecidos com girinos super desenvolvidos com chifrinhos. E é mais ou menos isso aí. Como muitas salamandras, essa espécie é neotênica, o que quer dizer que os organismos adultos apresentam carcterísticas de sua fase larval mesmo depois da maturação sexual, então elas continuam com as barbatanas e branquias externas (os chifrinhos) até o final da vida. O tamanho médio deste animal é 20cm, seus olhos não possuem pálpebras e a coloração é bastante variada. Mas sua característica mais interessante, e razão pela qual cientístas estão eufóricos há muito tempo, é seu assustador poder regenerativo.

Utilizando um mecanismo ainda não compreendido, estas exóticas salamandras têm a capacidade de regenerar partes do corpo, e não apenas o rabinho, como alguns de seus parentes, mas outros membros completos, como as patas, e até mesmo partes do cérebro e da medula, e fazem isto muitas vezes durante sua vida, sem problema algum. Esta incrível ferramenta, se compreendida inteiramente, pode ser aplicada para regenerar membros em humanos, e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos depositou algumas esperanças no desenvolvimento deste projeto (uns bons 6 milhões de dólares em esperanças) para ajudar soldados que voltaram do Iraque com partes do corpo amputadas. A doação foi feita no ano passado, e as descobertas feitas são promissoras.

No Centro de Terapias Regenerativas, da Alemanha, foram criadas Axolotles albinas nas quais foi inserido um gene de águas vivas com capacidade fluorescente. Seria possível, então, observar o processo regenerativo a olho nú, já que a pele do animal é praticamente uma película transparente. Durante a cicatrização os vasos sanguineos se estreitam, impedindo grandes hemorragias, e células, da mesma natureza das células-tronco, prontamente cobrem o local do ferimento. Mais tarde esta massa de células, chamada blastema, se torna a parte do corpo perdida.

Como eu disse, a pigmentação é bem variada, e bastante exótica também. O espécime de cima, rosadinho, é o tipo utilizado nos experimentos com genes fluorescentes de águas-vidas.

Espero que o projeto dê resultados objetivos. Já fiquei espantada em ver a menina Ming ter a mão de volta depois de três meses de amputação, então vou ficar maravilhada se algo tão complexo como a regeneração de um membro completo puder ser palpável para a estrutura do corpo humano. A ciência tem avançado tanto e de forma tão exponencial que eu nem deveria me surpreender, mas fico tão feliz em ver quanto o homem pode evoluir positivamente em um mundo que vem se degradando tanto que não seguro o entusiasmo. Beijão, gente.

2 comentários:

  1. aaah quero um desses pra mim ahsiuahius

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  2. coisa queridinha,acho que vou tatuar ahuiahahauiah

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