segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Melhoramentos Evolutivos

Oi, pessoal. Voltei :)

Vocês recordam que em Abril eu postei algo sobre moluscos fotossintetizantes? Aposto que não, mas é só clicar e relembrar. Clicou? Lembrou? Então vamos continuar...

Estava zanzando por alguns sites de revistas científicas, lendo artigos, e então me deparei com uma matéria sobre essa mesma lesma-do-mar, e achei que seria interessante eu dar continuidade a um post mais antigo, e ressussitar o blog, que estava morto e quase enterrado.

Já faz algum tempo que os cientistas conhecem o poder desses pequenos animais em produzir sua própria energia a partir da fotossíntese (processo reconhecidamente feito apenas pelas plantas e cianobactérias, só que isso já ficou old), mas Bruno Jesus, Patrícia Ventura e Gonçalo Calado, investigadores portugueses engajados em um projeto chamado SymbioSlug, descobriram que este molusco, além de ter "roubado" as estruturas fotossintetizantes das algas, ainda humilham as pobrezinhas dando uma aperfeiçoada no equipamento.

Depois de englobados, os cloroplastos passam a se chamar cleptoblastos, e a pesquisa feita pela equipe e publicada no Journal of Experimental Marine Biology and Ecology aponta uma melhora significativa no aproveitamento energético por estes cleptoblastos em ambientes altamente iluminados. E a explicação para essa melhora é bastante simples. As algas sofrem um fenômeno chamado fotoinibição ou fotodano, quando a planta já estabilizou sua taxa de fotossintese mas continua exposta a luz forte e começa a produzir substancias danosas para ela própria. Já o molusco apresenta motilidade, e pode dar uma fugidinha para não levar uma tostada, além de possuirem parápodes, que são prolongamentos em sua superficie com a capacidade de abrir-se ou fechar-se dependendo da intensidade da luz solar. Isso sim que é unir o útil ao agradável, hã?

Esta é a Elysia timida, uma dentre as 300 espécies
de moluscos fotossintetizantes

Como futura bióloga boba e admiradora da teoria evolutiva, sempre fico alegre em ver pesquisas como esta, que demonstram a forma maravilhasamente desconhecida com que a natureza funciona, de quantas maneiras estranhas e presumidamente impossíveis os organismos podem se adaptar para atingir o sucesso evolutivo. Beijão, gente.

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